terça-feira, 27 de maio de 2008

Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil

Oi pessoal!

Vejam as notícias abaixo sobre a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. A primeira apareceu, inclusive, numa matéria no Jornal Nacional desta semana. Importante notar que são pesquisas muito genéricas, mas não deixam de ser interessantes:

Brasileiro lê mais livros por ano - Portal G1 (Jornal Nacional) 29.5.2008 15h08
Tão saborosas quanto as iguarias que Jaime serve como garçom são as viagens que ele faz quando vira leitor. "Entro no livro, gosto dessa parte de historia, é muito legal e você esquece do mundo, não quer parar de ler", conta Jaime.
O rapaz é um batalhador, mora na periferia e tira tudo o que pode dos livros. "Aprendi básico em inglês, espanhol, pego livro em inglês e fico treinando", diz. No restaurante, ele vai multiplicando o gosto pela leitura.
Já Nicole é uma devoradora de livros: em cinco meses, leu 80 obras. Foi assim, ganhou uma competição na escola e tomou gosto. "Você viaja para outro lugar, com outras pessoas, parece até que eles existem".
O prazer pela leitura quase sempre começa na infância e hoje cativa 50 milhões de brasileiros, segundo a pesquisa "Retratos da leitura", feita pelo Ibope.
A pesquisa ouviu pessoas a partir dos cinco anos de idade e mostra que, além desses apaixonados, o número de leitores vem crescendo devagar: 55% da população entrevistada afirmou ter lido ao menos um livro nos últimos três meses.

Jovem lê mais
"As faixas mais jovens lêem mais do que as mais velhas, a influência da escola é importante na formação do leitor. A mãe também tem papel fundamental para formar leitores", afirmou Jorge Yunes, presidente do Instituto Pro-livro.
Nos últimos oito anos, o índice de leitura dobrou, passou de menos de dois livros por brasileiro ao ano e já está chegando aos quatro. Nicole compartilha com a tia a histórias que descobre. "Ele fala da morte dele, o Brás Cubas. Fala da infância, uma mulher que ele gosta", diz a menina.
A criança faz uma recomendação para quem ainda não descobriu essa magia. "Para darem uma chance aos livros porque eles são importantíssimos. Vocês não sabem o que estão perdendo", alerta.

39% dos leitores do país têm entre 5 e 17 anos
Portal G1
Levantamento feito pelo Instituto Ibope Inteligência a pedido do Instituto Pró-Livro aponta que 39% dos 95,6 milhões de leitores de livros no Brasil estão na faixa etária de 5 a 17 anos e outros 14% possuem entre 18 e 24 anos. Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (28), os leitores mais jovens também são os que mais lêem.
A pesquisa "Retratos da Leitura do Brasil", que estudou o comportamento, gosto e preferência dos leitores, aponta ainda que enquanto 90% dos adultos leitores com mais de 40 anos de idade preferem ler em locais silenciosos, muitos jovens com idade entre 14 e 17 anos dizem que gostam de ler ouvindo música. Já 14% das crianças com menos de 10 anos curtem os livros ao mesmo tempo em que assistem à TV.
Além disso, o tema é o fator mais importante na hora de escolher um livro para ler - 63% das pessoas que responderam à pesquisa disseram que este é o fator que mais influencia a escolha de uma obra. Em seguida está o título do livro (opção de 46% dos entrevistados), seguido de dicas de outras pessoas, que engloba 42% do grupo ouvido.
A maioria dos leitores (86%) lêem livros em casa; 36% na sala de aula e 12% na biblioteca. No caso de leitura de jornais, 53% dos leitores lêem em casa e 15% no trabalho.

Mulheres lêem mais
Outro fator interessante é que o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano. O estudo constatou que somente a leitura de livros indicados pela escola, o que inclui os didáticos, mas não só, chega a 3,4 livros per capita. A leitura feita por pessoas que não estão mais na escola ficou em 1,3 livro por ano. A pesquisa também confirma que as mulheres lêem mais que os homens - 5,3 contra 4,1 livros por ano.

Papel das mães na leitura
Outra constatação interessante da pesquisa é o papel das famílias, em especial a mãe, na influência da leitura para os filhos. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 73% delas citam as mães como quem mais as estimularam a ler. Além disso, o estudo mostra que um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo algum livro e 87% afirmam que os pais liam para eles quando estavam iniciando na prática da leitura.

’Bíblia’ entre os mais lidos
A "Bíblia" é vitoriosa em todos os rankings de leitura. Ela é a obra mais lida pelos leitores entrevistados (45%), seguida dos livros didáticos (34%), que são obrigatórios na idade escolar. Ela também aparece no topo dos livros mais lidos tanto por homens quanto por mulheres. Se levarmos em consideração a escolaridade do entrevistado, ela é a obra mais lida para os que cursaram até a 4ª série e é o gênero mais lido entre os leitores com mais de 50 anos.
Quando questionados sobre o último livro que o leitor leu ou está lendo, a "Bíblia" também aparece em primeiro lugar no ranking, seguida do livro "Código da Vinci". Mais de mil títulos foram citados pelos entrevistados, sendo que o número de citações da bíblia foi 18 vezes maior que a do "Código da Vinci".
A "Bíblia" também está no topo dos livros mais importantes na vida dos leitores. A obra foi citada dez vezes mais que "O sítio do pica-pau amarelo", numa referência às obras de Monteiro Lobato, segundo colocado na lista.

Metodologia
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de novembro e 14 de dezembro do ano passado. Foram aplicadas 5.012 entrevistas nos domicílios, com 60 questões. A margem de erro é de 1,4%.
Segundo a pesquisa, declaram-se não-leitores 48% da amostra (não leram um livro nos três meses anteriores à pesquisa), o que representa 77,1 milhões de pessoas. Essa proporção desce para 45% se forem considerados os que não leram um livro no ano anterior. Entre os não-leitores, 33% são analfabetos e 37% estudaram até a 4ª série. A maior parcela de não-leitores está entre os adultos: 30 a 39 (15%), 40 a 49 (15%), 50 a 59 (13%) e 60 a 69 (11%).

fonte:
http://www.abrelivros.org.br/abrelivros/texto.asp?id=3183


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28/05/2008 - 18h49, Da Agência Brasil (Amanda Cieglinski)
Índice de não-leitores é de 45%, aponta pesquisa


Entre os 172,7 milhões de brasileiros entrevistados pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-livro, 45% deles, ou 77 milhões, são identificados como não-leitores, ou seja, não leram nenhum livro nos últimos três meses. Desse público, 47% é mulher e 53%, homem.
Apesar do alto índice, o secretário de educação básica do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro, avalia como positivo o resultado da pesquisa. "O copo está razoavelmente cheio, mas a nossa sede é muito maior. A fotografia hoje diz que estamos em um bom caminho, mas essas informações nos estimulam a trabalhar mais", acredita Lázaro.
O relatório aponta que os classificados como não-leitores estão na base da pirâmide social: 28% deles não é alfabetizado e 35% estudou só até a 4ª série do ensino fundamental. Metade do grupo pertence à classe D e a maioria possui renda familiar de 1 a 2 salários-mínimos.
A pesquisa indica ainda que os livros religiosos são os que mais atraem esse público: 4,5 milhões disseram ler a Bíblia.
Entre os motivos para não ler, a falta de tempo aparece como o mais apontado, com 29%. Outros 28% não lêem porque não são alfabetizados e 27% porque não gostam ou não têm interesse. Entre as limitações, 16% afirmaram que possuem um ritmo lento de leitura e outros 7% disseram não compreender a maior parte do que lêem.
O relatório ressalta que a leitura aparece em quinto lugar entre as atividades preferidas dos entrevistados, ficando atrás de ver televisão, ouvir música, ouvir rádio e descansar. As regiões Norte e Nordeste, que apresentam os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, também registraram as menores médias de leitura por habitante/ano: 3,9 e 4,2 respectivamente. A média nacional é de 4,7 livros ano/habitante.
Para o presidente do Instituto Pró-livro, Jorge Yunes, o baixo resultado está vinculado aos níveis de escolaridade nessas regiões. "O incentivo [à leitura] nas escolas é muito importante, o governo tem que trabalhar para que esse índice seja igual no Brasil inteiro. Se a escolaridade aumentar, com certeza a leitura aumenta também", apontou Yunes.

Veja pesquisa completa: http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf

Bjs,
Elis

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